Sheminí Atzéret

Sheminí Atzéret

Em 22 de Tishrei começa a festa de Sheminí Atzéret  que é uma festa à parte ao final de Sucót. Nessa festa também fazemos uma reza especial por chuvas para a Terra de Israel.

Em Sheminí Atzéret fazemos o kidush dentro da Sucá mas não falamos mais a Bra’há da Sucá. No dia de Sheminí Atzéret falamos a reza de Yizcor em memória de entes queridos falecidos.

 

Costumes de Sheminí Atzéret

Akafót

Na noite de Sheminí Atzéret, depois da reza da noite que é chamada de Arvít, fazemos sete Akafót (voltas) segurando o Séfer Torá que é o pergaminho onde estão escritos os cinco livros da Torá.

Damos essas voltas em volta da bimá que é a mesa onde lemos o Séfer Torá. Fazemos essas voltas segurando o Séfer Torá com danças e alegria e o principal é trazer as crianças para participarem das Akafót para que elas cresçam sentindo sempre a alegria do judaísmo.

Em Sheminí Atzéret fora de Israel ainda comemos na Sucá, mas já não falamos a Bra’há Lishév Bassucá. Costumamos fazer as Halot de Sheminí Atzéret redondas.

Proibições

Sheminí Atzéret é uma festa da Torá que se encontra na categoria de Yom Tov

Quando o Yom Tov acontece no Shabat, as mesmas proibições de Shabat recaem sobre ele.

Quando o Yom Tov acontece durante a semana, os  trabalhos proibidos de fazermos no Shabat são proibidos de fazermos em Yom Tov fora as seguintes exceções.

Permissões

No Yom Tov é permitido carregar de casa para o domínio público e vice versa tudo o que você precisa usar no Yom Tov.

No Yom Tov é permitido cozinhar e também fazer outras atividades ligadas à preparação dos alimentos.

Podemos cozinhar no Yom Tov usando o fogo de uma chama acesa na véspera de Yom Tov ou passando a chama desse fogo aceso na véspera de Yom Tov para o fogão por meio de um palito grande, mas não podemos apagar fogo no Yom Tov.

Por isso não podemos apagar o palito que usamos para passar o fogo da vela para o fogão e nem abaixar o fogo.

O lado Sobrenatural de Sheminí Atzéret       

Sucót é uma festa de sete dias e que Sheminí Atzéret é chamada pela Torá de o “oitavo dia”

No judaísmo, o número sete representa um ciclo natural. D’us criou o mundo em sete dias, cada um correspondendo a uma das sete Sefirot emocionais, e é por isso que uma semana que é um ciclo básico e fixo de tempo é composta de sete dias.

Muitos dos mandamentos do judaísmo são associados com o número sete: o Shabat, o ano sabático, as Sheva Bra’hót que são os sete dias que temos que alegrar o noivo e a noiva após o casamento, e etc.

O número oito representa o sobrenatural.

O Brit Milá acontece no oitavo dia do nascimento de um menino porque simboliza a conexão sobrenatural entre nós e D’us.

Hanuká, por exemplo, é celebrado durante oito dias por causa do milagre sobrenatural do azeite. A festa de Hanuká é uma festa Derabanan, ou seja, instituída pelos nossos sábios por causa do milagre de oito dias que aconteceu na época do segundo Beit a Mikdash

Sheminí Atzéret é uma festa Deoráita, uma festa da própria Torá, e ela é a única festa da Torá associada ao número oito.

Pela Torá, a festa de Pessa’h é uma festa de sete dias, e o oitavo dia de Pessa’h que acontece fora da nossa “Terra Santa” é uma Mitzvá Derabanan baseada no direito que a Torá deu aos nossos Sábios de que tudo o que eles vão decretar no Beit a Mikdash não vamos nos desviar nem para a direita e nem para a esquerda.

Sheminí Atzéret  nos ensina, assim como o Brit Milá, que a nossa conexão com D’us é sobrenatural, está acima de todas as limitações.

O tema principal de Sheminí Atzéret é a alegria que representa nossa conexão íntima e sobrenatural com D’us, sendo que sobre D’us está escrito:  עֹז וְחֶדְוָה בִּמְקֹמוֹ.

Que quer dizer “Força e alegria em seu lugar”. Ou seja, não existe tristeza lá em cima mas tudo lá em cima é força e alegria.

A alegria rompe todas as fronteiras, nos dá a capacidade de transcender todas as barreiras e obstáculos do mundo natural e atingir objetivos sublimes tanto no âmbito material quanto no âmbito espiritual.

O quarto Rebe de Lubavitch, Rabi Shmuel Schneerson  nos ensinou: “O mundo diz: ‘Se você não puder passar por baixo de um obstáculo, pule por cima dele. Mas eu digo: “Em primeiro lugar já pule por cima dele”!

Esse conceito de pular por cima dos obstáculos é o que Sheminí Atzéret nos ensina: que por força de nossa Alma e nossa conexão com D’us, temos o poder de transcender o mundo natural e todos os seus limites e limitações.

A vida nesse mundo é uma corrida de obstáculos, e quando fazemos nosso Trabalho Divino com alegria, ou seja, quando servimos a D’us com alegria, conseguimos pular todos os obstáculos.

O número oito no judaísmo, além de representar o milagroso, também simboliza a perfeição.

Outra razão para o Brit Milá se realizar no oitavo dia é porque um dos vários motivos da circuncisão é “completar” o potencial de perfeição no ser humano.

Um dos significados da palavra “Atzéret” é “reter”.  Reter algo para levá-lo ao seu estado de inteireza ou perfeição.

Assim sendo, o nome Sheminí Atzéret significa o oitavo dia, que é o dia adicional que leva o sétimo dia de Sucót a seu estado de perfeição.

E essa é mais uma razão para representar o clímax da nossa alegria em Sheminí Atzéret que é maior do que a nossa alegria em Sucot, porque representa um estado de perfeição da alegria.

A Mitzvá de Sheminí Atzéret

Está escrito: בַּיּוֹם֙ הַשְּׁמִינִ֔י עֲצֶ֖רֶת תִּהְיֶ֣ה לָכֶ֑ם כׇּל־מְלֶ֥אכֶת עֲבֹדָ֖ה לֹ֥א תַעֲשֽׂוּ

Nessa ocasião D’us nos promete que vamos nos alegrar juntos”.

O Rei Shlomó (Salomão) explicou: ‘ Em Você nos alegraremos…’ (Cântico dos Cânticos, 1:4):   ‘Em Você’ quer dizer: na Sua Torá,  nas Suas salvações”. (Pessikta de R. Kahana, seção 30)

Sheminí Atzéret, diferentemente de outras festas do calendário judaico, não possui um ritual especial a não ser um: Sim’há, uma alegria extraordinária.

O mandamento da Sim’há desse dia é ordenado na própria Torá, no versículo: “E você vai ser somente alegre” (Re’ê16:15).

Nossos Sábios nos ensinaram que esse versículo não é apenas um Mandamento, mas também uma promessa Divina: “Se vocês cumprirem o mandamento de Sim’há (estar alegre em Sheminí Atzéret), vocês têm a garantia (Divina) de que estarão alegres para sempre”.

Contam sobre Rabi Yonatan Eybeschutz

que era um grande Tzadik (uma pessoa altamente elevada), que quando ele era criança pediu para o seu pai uma maçã e o painão concordou em dar aquela maçã para ele.

Então o pequeno Yonatan falou a Bra’há que precisamos falar antes de comer uma fruta, e o pai, não querendo que o filho fosse culpado por ter dito uma Bra’há com o nome de D’us em vão, não teve escolha a não será de dar prontamente a maçã ao filho…

E essa é a mensagem de Sheminí Atzéret:

Se nessa data festiva nós nos alegrarmos como nos ordena a Torá, com fé absoluta de que D’us dará para todos nós um ano bom e doce, esta alegria por si só já obriga nosso Pai Celestial a atender os desejos fervorosos de Seus filhos, não permitindo que nossos desejos e o cumprimento do mandamento de sermos felizes, tenham sido em vão.

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Sheminí Atzéret e a Gueulá

Outro significado do termo Atzéret é “final, encerramento”, já que Sheminí Atzéret é a conclusão das festas da Torá que se iniciam com a saída do Egito em Pessa’h.

Rabi Abraham Sabá que foi um grande cabalista refugiado da inquisição portuguesa depois de ter passado por grandes torturas, escreveu que o número oito de Sheminí Atzéret (“o oitavo dia”) se refere às oito impérios que oprimiram o nosso povo durante toda a nossa história e o “oitavo dia” indica o fim de todos esses opressores

Está escrito, ‘No Oitavo Dia será Atzéret para vocês’, nos ensinando que esse é o dia de nossa Gueulá, o dia de nossa redenção final e salvação de nossas Almas” (Tzror Hamor, Pinchas 29:35).

As Festas da Torá celebram eventos do passado do nosso povo:

Pessa’h celebra nossa libertação da escravidão no Egito. Shavuot, a entrega da Torá e Sucot, os 40 anos em que o nosso povo vagou pelo deserto sob a proteção das nuvens do Todo Poderoso.

Sheminí Atzéret, por outro lado, celebra um evento futuro, o mais esperado de toda a história humana.

Shemini Atzéret é a mais alegre das festas da Torá porque ela celebra o que vai acontecer, a chegada do Yom Shekulo Tov, a época inteiramente boa que durará por toda a eternidade.

A Gueulá verdadeira e completa em breve em nossos dias Amén

Não se esqueçam de acender as velas de Yom Tov dezoito minutos antes do pôr do Sol. Junto com as velas de Yom Tov acrescentamos uma vela de sete dias para a partir dela passarmos o fogo para as velas de Sim’hat Torá amanhã depois da saída das estrelas.

Pelo menos a vela de sete dias você tem que acender hoje antes do pôr do Sol e as velas de Yom Tov de hoje você pode acender de noite passando o fogo da vela de sete dias para as velas de Yom Tov

Hag Samea’h

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Oshaná Rabá

 

O sétimo e último dia de Sucot, Oshaná Rabá, é considerado o último dia do Julgamento Divino, quando o que foi decretado em Yom Kipur é selado e o destino do novo ano determinado.

 

São chamados de Oshanot que é o plural de Oshaná os pequenos cânticos que falamos diariamente durante a semana de Sucot.

 

A cada dia, uma reza de Oshaná é feita e nessa hora todos dão uma volta com os Arbaat a Minim em volta da Bimá que é a mesa onde lemos a Torá.

 

Em Oshaná Rabá que é o sétimo dia de Sucot, fora os Arbaat a Minim que  usamos durante os dias de Sucot, fazemos um ritual especial com cinco ramos de um tipo de salgueiro que são as aravot, as Oshanot.

 

Esta é a razão pela qual, no Talmud, o sétimo dia de Sucot é chamado de “Dia do Salgueiro” ou “Dia de Oshaná”.

 

Neste dia, com os Arbaat a Minim na mão, falamos sete pequenas rezas que são chamadas de Oshanot , dando sete voltas ao redor da Bimá com os Arbaat a Minim.

 

 

Terminando as Oshanot, nossos  Profetas instituíram o costume judaico de bater estes ramos de salgueiro no chão, cinco vezes, para assim “adoçar as “cinco guevurót” que são cinco tipos de severidade que podem chegar até nós como consequência do nosso Julgamento no Tribunal Divino”.

Em várias comunidades judaicas esse dia é considerado uma espécie de Yom Kipur.

Costumamos permanecer acordados durante toda a noite, estudando a Torá e lendo os Tehilim.

Há os que estudam Torá dentro da sucá, pois há uma tradição segundo a qual os Ushpitzin – que a visitaram durante Sucot – poderiam atuar como advogados de defesa perante a Corte Celestial.

 

 

 

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O dia do Aravá


🌿 O dia do Aravá 🌿

Aravá: elemento mais humilde das Quatro Espécies de plantas de Sucót

Oshaná Rabá é conhecido como “o dia de bater o Aravá”. O auge das rezas de Oshanot é o bater do feixe de cinco Aravot no chão.

 

Por que Oshaná Rabá – último dia de Sucot, dia tão importante ao ponto de ser comparado a Yom Kipur – é associado com o Aravá?

 

Vamos nos lembrar de que um dos principais mandamentos da festa de Sucot é o Mandamento dos Arbaat a Minim, as quatro espécies de plantas.

 

Nesse Mandamento, cada espécie de planta simboliza um tipo diferente de judeu.

 

O Lulav, a folha da tamareira, representa o estudioso da Torá.

 

O Adás representa o judeu que pratica muitas ações boas.

 

O Etrog representa, o judeu que estuda a Torá e pratica muitos atos de bondade.

 

O Aravá, representa o judeu que nem estuda muito a Torá nem cumpre muitos mandamentos.

 

O Aravá, aparentemente, é o menos importante entre os Arbaat a Minim e simboliza aquilo que um judeu não deve ser.

 

Como, então, explicar que o protagonista de Oshaná Rabá é o Aravá?

 

Por que usamos o feixe de Aravá e não um feixe das outras três espécies, como antídoto contra as Guevurot que são os rigores Celestiais?

 

A razão para isso é que em sua simplicidade e humildade, o Aravá triunfa sobre as outras três espécies.

 

Em muitos casos, a humildade a tudo supera. Nossos Sábios explicam que o maior obstáculo entre o homem e D’us é o nosso ego.

 

O Aravá, por ser o menos importante das Quatro Espécies, simboliza a antítese do ego.

 

A Torá nos conta que Moshe Rabenu, o maior líder e profeta judeu dentre todos, a maior Alma que já veio ao mundo, foi o homem mais humilde que já existiu.

 

Foi sua humildade, sua total falta de ego, o que lhe fez chegar a tão grandes elevações espirituais.

 

Em Oshaná Rabá, o feixe de Aravá tem um papel central porque simboliza a humildade, essência desse dia. D’us eleva aqueles que aperfeiçoam sua humildade pessoal.

 

O judeu personificado pelo Aravá, o modesto e humilde Aravá, em virtude de sua humildade e falta de ego, eleva-se espiritualmente cada vez mais alto.

 

Oshaná Rabá, o Dia do Julgamento Final, nos ensina que se pudermos abrir mão do nosso ego e aceitar o jugo Divino, poderemos influenciar a Corte Celestial a anular qualquer decreto negativo e nos abençoar com um ano bom e doce.

 

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Hol a Moed

 

Os dias do “hol a moed” Sucot são os dias comuns dentro da festa, ou seja, os dias da festa que não são Yom Tov e mesmo assim continuam sendo dias muito especiais.

 

Por um lado, eles fazem parte da festa, por outro, não há proibição de se fazer “mela’há” (trabalho) durante esses dias.

 

No Hol a Moed não colocamos os Tefilin.

 

É uma Mitzvá da Torá se alegrar durante os dias do Hol a Moed, e cumprimos isso fazendo pelo menos duas refeições festivas na Sucá em cada um dos dias de Hol a Moed, uma de manhã e uma de noite.

 

Nessas refeições comemos pão e são bebemos vinho, pelo menos um “reviit” de vinho que são 86 ml.

 

Nos dias de Hol a Moed é uma Mitzvá vestir roupas mais bonitas, como as que costumamos vestir no Shabat, ou pelo menos fazer uma distinção entre as roupas que vestimos no dia a dia e as que vestimos no Hol a Moed.

 

Nossos Sábios permitiram trabalhar em Hol a Moed somente em cinco casos:

 

Quando alguém não vai ter o que comer se não trabalhar no Hol a Moed.

 

Quando alguém vai ter um grande prejuízo se não trabalhar no Hol a Moed.

 

Para prepararmos as refeições da festa.

 

Para a preparação de alguma coisa que vamos precisar para a festa mesmo que não é comida.

 

Para preparar alguma coisa que é necessidade do público.

 

As Mitzvót (os Mandamentos) da festa de Sucot são a obrigação de fazermos todas as nossas refeições na Sucá e também a de fazermos a Bra’há (a Benção) sobre os “Arbaat a Minim” que são quatro espécies de plantas diferentes.

 

Uma Sucá é uma cabana temporária com um telhado de vegetação chamado de “Se’ha’h”.

 

Durante quarenta anos, nosso povo atravessou o deserto do Sinai antes de entrarmos na Terra Prometida.

 

Miraculosas “nuvens de honra” pairavam sobre o nosso povo e nos envolviam como uma grande cabana nos protegendo dos perigos e da temperatura do deserto.

 

A Mitzvá (Mandamento Divino) da Sucá vem nos lembrar da bondade de D’us e também vem renovar a nossa confiança na Divina Providência.

 

Vamos “morar” na Sucá durante a Festa de Sucot que começa no dia 15 do mês judaico de Tishrei e se estende por oito dias até o dia 22 de Tishrei.

 

Nesses oito dias fazemos todas as nossas refeições na Sucá que é uma Mitzvá envolvente.

 

Ou seja, nosso corpo inteiro está dentro da Mitzvá da Sucá, dentro da “Luz Envolvente de D’us”.

 

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Dez dias de Teshuvá nas Sefirót

 

Os Dez Dias de Teshuvá que estamos vivenciando agora são dez dias feitos especialmente para nos aproximarmos de D’us, são conhecidos como “Yamim Noraim”, “Os Dias Temíveis”.

 

Eles se iniciaram em Rosh Hashaná e vão terminar no final do Yom Kipur, esses dias são um período de extrema importância no ciclo do ano judaico.

 

A Guemará nos conta que durante esses dez dias, D’us julga o destino do mundo inteiro.

 

Julga cada um de nós individualmente e todos nós coletivamente.

 

Nesses dias D’us determina o destino do mundo para o ano inteiro que apenas começou.

 

Por isso, nosso comportamento durante os Yamim Noraim é muito importante .

 

Não é coincidência o fato de esse período consistir de dez dias, porque esse número tem um significado profundo no Judaísmo.

 

D’us criou o mundo por meio de Dez Expressões, que se sincronizam com os Dez Mandamentos que são a raíz das 613 Mitzvót da Torá.

 

No lado oculto da Torá representado pela Hassidut e pela Kabalá, aprendemos que D’us cria e mantém o mundo existindo a cada instante por meio de dez emanações diferentes conhecidas como as Dez Sefirot.

 

Essas emanações Divinas constituem a interface mediante a qual D’us Infinito se relaciona com Sua Criação finita .

 

As Dez Sefirót correspondem às Dez Expressões pelas quais D’us criou o Universo e continua criando a cada instante. Ou seja, se D’us para de “falar” essas “palavras” o mundo desaparece retroativamente e sem deixar vestígios, como se nunca tivesse existido antes.

 

As Dez Sefirót são divididas em duas categorias: as intelectuais e as emocionais.

 

As três primeiras são as Sefirot intelectuais que são a Ho’hmá (Sabedoria), Biná (Compreensão) e Da’at (conscientização).

 

As sete Sefirót emocionais são a Hessed (Bondade), Guevurá (Força), Tiferet (Harmonia), Netza’h (Vitória), Hod (Esplendor), Yessod (Fundamento) e Mal’hut (Soberania).

 

Há uma 11ª Sefirá, chamada de Keter (Coroa), que fica acima das outras dez.

 

Mesmo assim as Dez Sefirót são Dez e não onze porque quando a Kéter se revela a Daat se oculta e vice-versa.

 

O Ari a Kadosh nos conta que os Dez Dias de Teshuvá são associados com todas as 11 Sefirot, inclusive a Keter e a Da’at simultaneamente, sem que uma precise se ocultar quando a outra se revela.

 

Cada um dos Dez Dias de Teshuvá é associado com uma Sefirá diferente, começando com a Keter.

 

Mas Yom Kipur, que é um dia tão especial no ciclo do ano judaico, é associado com as duas últimas Sefirót, a Yessod e a Mal’hut.

 

Na Árvore da Vida que é o conjunto das Dez Sefirót, a Kéter é a primeira Sefirá.

 

Kéter representa a “Vontade Divina”, e o lado interno da Kéter e o “Desejo Divino” de criar o universo.

 

Essa Sefirá atua como a origem de todas as forças criativas. A Kéter ocupa uma posição singular como “intermediária” entre o Infinito (Ein Sof) e o finito.

 

Representa o ponto de transição onde o potencial ilimitado de D’us começa a se expressar.

 

A Sefirá de Kéter é simbolizada pela coroa que se encontra acima da cabeça. Ao mesmo tempo ela está conectada ao corpo que é representado pelas Dez Sefirot, e ao mesmo tempo ela não faz parte dele.

 

A Kéter se revela no primeiro dia de Rosh Hashaná porque ela representa a “Vontade Divina”, o potencial para novos começos, refletindo o significado de Rosh Hashaná como o início do ano judaico.

 

Em cada Rosh Hashaná se revela o ato original da Criação Divina: ano após ano, nessa data, D’us decide se renovará o mundo para um novo ano de existência.

 

Por isso, o primeiro dia de Rosh Hashaná é profundamente conectado com a Sefirá de Kéter, simbolizando a “Vontade Divina” de que o mundo exista.

 

Em Rosh Hashaná, a missão do Povo Judeu é reafirmar a soberania Divina coroando D’us como Rei, confirmando Sua autoridade suprema e Seu contínuo papel na sustentação do Universo.

 

Fazendo assim asseguramos que D’us renove Seu compromisso com a Criação para o ano que entrou.

 

O potencial do ano inteiro está contido em Rosh Hashaná, particularmente em seu primeiro dia, fazendo com que seja o dia mais influente do ano, com o poder de influenciar todos os demais.

 

Outra clara conexão entre a Sefirá de Kéter e Rosh Hashaná se expressa por meio do principal mandamento dessa data: ouvir o toque do Shofar, que simboliza a coroação de D’us como Rei e nossa aceitação de Sua soberania, e esse é o tema principal nas rezas de Rosh Hashaná, o nosso reconhecimento de que D’us é o Rei do Universo.

 

A Sefirá de Kéter precede todas as demais Sefirot, porque representa o desejo e a vontade.

 

Por isso, nossos desejos e vontades que são manifestações de Keter da nossa Alma Divina e também da nossa alma animal, dão origem a nossos pensamentos e emoções, que acabam se traduzindo em palavras e atos.

 

Sendo assim, o primeiro dia de Rosh Hashaná é um momento para reflexão em relação à nossa vida e nossos planos para o ano que se inicia.

 

É o melhor dia do ano para se decidir que tipo de mundo queremos criar para nós mesmos.

 

Em Rosh Hashaná, utilizar a Sefirá de Keter da nossa Alma de forma adequada significa alinhar-nos com a Vontade Divina e traçar objetivos que contribuam para a contínua renovação e melhora de nós mesmos e do mundo.

 

Rosh Hashaná é uma festa religiosa de dois dias, tanto na Diáspora como na Terra de Israel.

 

O Ari a Kadosh nos conta que a Ho’hmá é a Sefirá predominante no segundo dia de Rosh Hashaná.

 

Traduzida como “Sabedoria”, Ho’hmá é a segunda Sefirá na Árvore da Vida que representa o conjunto das dez Sefirót, localizada à direita, no topo.

 

Sendo que esse esquema das Sefirót chamado de árvore da vida é uma árvore de cabeça para baixo, a Ho’hmá faz parte das três raízes, e ela é representada pela raíz que se encontra no lado direito.

 

Ho’hmá constitui o início do processo intelectual, no qual as ideias são concebidas em seu estado bruto, sem forma.

 

Essa Sefirá é associada à criatividade, originalidade, inspiração e capacidade de ver as coisas de forma diferente.

 

A Ho’hmá é o canal pelo qual a Sabedoria Divina flui para o mundo.

 

É o ponto inicial onde a Infinita Luz Divina começa a assumir forma, representando a Sabedoria Divina transmitida por meio da Torá.

 

A Guemará nos ensina que sabedoria significa a capacidade de avaliar adequadamente as consequências dos nossos atos.

 

No segundo dia de Rosh Hashaná, nos consentramos na sabedoria que guia nossa vida.

 

A Ho’hmá é a sabedoria necessária para fazer as escolhas certas e realizar esses objetivos. Intenções nobres precisam ser acompanhadas por sabedoria a fim de que os resultados sejam positivos. Isto porque, sem a capacidade de escolher com sabedoria e prever as consequências de nossos atos, até as melhores intenções podem nos levar a resultados negativos.

 

Ao integrar os atributos de Keter e Ho’hmá durante os dois dias de Rosh a Shaná, podemos fincar uma base forte e inspiradora para o ano que nos espera, assegurando que nossas aspirações estejam fundamentadas em sabedoria e visão.

 

De acordo com o Rabi Yitzhak Luria, o terceiro dia dos dez dias de Teshuvá é associado à Sefirá de Biná, traduzida por “Compreensão”.

 

Situada do lado esquerdo da Árvore da Vida, Biná fica diretamente oposta à Ho’hmá.

 

Lembrando que esse esquema é uma árvore de cabeça para baixo e a Biná é a raíz da esquerda.

 

Enquanto a Ho’hmá representa o clarão inicial de ideias puras e disformes, associadas à inspiração, criatividade e originalidade, Biná é a Sefirá que processa ideias, transformando-as em conceitos estruturados.

 

Biná categoriza, define e formata ideias. Essa Sefirá envolve análise lógica e a capacidade de diferenciar e criar ordem a partir do caos inicial das ideias e pensamentos disformes.

 

Em um nível pessoal, Biná nos leva a uma reflexão profunda, uma análise ponderada e à capacidade de nos autoconhecermos.

 

Desempenhando um papel fundamental no estudo da Torá, representa a compreensão necessária para analisar textos e entender suas complexidades, especialmente as discussões talmúdicas.

 

No terceiro dia dos Yamim Noraim, nos concentramos na Sefirá de Biná, refletindo sobre as lições que aprendemos no ano que acabou de transcorrer.

 

Essa reflexão requer que desenvolvamos um plano específico e bem elaborado para o futuro.

 

Biná assegura que a sabedoria que adquirimos não seja meramente teórica, mas que possa ser aplicada de forma prática para aperfeiçoar nossas ações e decisões. Enquanto Ho’hmá provê a visão geral do que queremos alcançar, Biná nos possibilita mapear os passos necessários para realizar nossos objetivos.

 

Com o fortalecimento de nosso atributo de Biná, podemos transformar a inspiração gerada por Ho’hmá em um caminho claro à nossa frente, assegurando que nossas aspirações sejam avaliadas por uma análise criteriosa.

 

A Sefirá de Biná é essencial para o crescimento intelectual e o desenvolvimento espiritual, e nos ajuda a receber o novo ano com clareza e propósito.

 

Da’at, traduzida como “conscientização”, é a terceira Sefirá intelectual na Árvore da Vida, a raíz do meio.

 

Às vezes é incluída entre as dez Sefirot, e outras vezes é excluída em favor de Keter.

 

Da’at representa a síntese e internalização de Ho’hmá (Sabedoria) e Biná (Compreensão).

 

Enquanto Ho’hmá fornece a ideia inicial e Biná a desenvolve em um conceito estruturado, é em Da’at que esse conhecimento é internalizado, transformando a compreensão intelectual em uma experiência vívida.

 

Da’at é o conhecimento “consciente” ou “aplicado”. Por exemplo, é por meio da Sefirá de Da’at que uma discussão talmúdica se transforma em Lei Judaica.

 

Da’at representa a integração e aplicação do conhecimento, transformando a compreensão intelectual em sabedoria prática.

 

Além disso, por ser a última Sefirá intelectual, Da’at conecta Ho’hmá e Biná com os atributos emocionais (as sete Sefirot de baixo, criando uma ponte entre intelecto e emoção.

 

De acordo com o Ari a Kadosh, a Sefirá de Da’at predomina no quarto dia dos Dez Dias de Teshuvá.

 

Assim sendo, esse dia é o momento ideal para transformar inspiração e discernimento em mudanças comportamentais.

 

As reflexões adquiridas com a sabedoria inicial de Ho’hmá e a compreensão analítica de Biná são internalizadas através de Da’at, permitindo que nos aproximemos de D’us de uma maneira mais significativa.

 

Ao integrar as qualidades de Da’at em nossa vida, podemos transformar nossas auto análises em planos práticos, assegurando que nossos empenhos estejam baseados em sabedoria e inteligência.

 

Essa síntese de conhecimentos nos permite chegar ao novo ano com clareza, propósito e uma renovada conexão com D’us.

 

Hessed, traduzida como “Bondade”, é a primeira Sefirá emocional na Árvore da Vida, posicionada do lado direito, abaixo de Ho’hmá.

 

Hessed é a doação incondicional, bondade ilimitada e um total altruísmo, independente dos méritos de quem a iria receber.

 

Essa Sefirá incorpora o impulso de dar sem esperar nada em troca, refletindo o fluxo infinito e irrestrito de bondade Divina.

 

Hessed enfatiza a importância da generosidade e disposição em ajudar os outros, espelhando o atributo Divino de doação infinita.

 

Em termos práticos, Hessed incentiva atos de bondade e amor. Envolve oferecer-se a ajudar os outros, impactando positivamente o mundo e sendo aberto e receptivo aos outros.

 

Durante os Dez Dias de Teshuvá, buscamos o perdão Divino às nossas transgressões, confiando que, em Sua bondade, D’us nos perdoe.

 

Quando buscamos a bondade Divina, a Torá nos ordena despertar o Hessed Divino demonstrando generosidade com os outros.

 

Assim sendo, nossos Sábios nos ensinam a aumentar significativamente nossas ações de Tzedaká (donativos) e Guemilut Hassadim (atos de bondade) durante esse período.

 

O quinto dia dos Yamim Noraim é associado com a Sefirá de Hessed.

 

Nesse dia devemos principalmente refletir sobre o Atributo de Bondade existente em nós mesmos, empenhando-nos em ser mais abertos, demonstrando mais amor e praticando generosidade com os outros.

 

Essa reflexão deve ir além das intenções gerais, fazendo com que possamos identificar áreas específicas onde possamos doar mais de nós mesmos.

 

A Sefirá de Hessed nos ensina que todos os seres humanos, independentemente das circunstâncias, têm algo a dar, e têm a capacidade de ajudar os demais

 

O sexto dia dos Yamim Noraim é representado pela Guevurá. Traduzida como “Força” ou “Severidade”, é a segunda Sefirá emocional. Ela se encontra no lado esquerdo da Árvore da Vida, diretamente oposta à Hessed. Também chamada de Din (Julgamento ou Lei), é o oposto da Hessed.

 

Enquanto que a Hessed representa expansão e generosidade ilimitadas, a Guevurá representa restrição, disciplina e julgamento.

 

Essas duas forças são opostas: a Hessed representa a doação livre e espontânea, enquanto que a Guevurá impõe limites, aplicando leis e assegurando a justiça.

 

Diferente da Hessed, que é aberta e expansiva, a Guevurá é fechada e restritiva.

 

Essa Sefirá é o sinônimo de disciplina, controle e a capacidade de fazer distinções e aplicar limites.

 

Pode ser associada também à coragem, justiça e força interior, se manifestando também como reverência ou temor.

 

O equilíbrio entre a Hessed e a Guevurá é essencial para criar harmonia e ordem.

 

Sem Guevurá, a sociedade seria caótica e sem lei. Por outro lado, uma sociedade governada apenas por Guevurá e sem Hessed seria uma sociedade cruel e egoíst.

 

Quando as pessoas expressam a Sefirá de Guevurá com sabedoria e retidão, elas agem com justiça, ética, integridade e força interior.

 

A Guevurá é essencial para manter a ordem e a disciplina. De modo espiritual, esta Sefirá promove o desenvolvimento da resiliência interna e de uma vida segundo a lei e a justiça, assegurando que nossas ações sejam corretas e justas.

 

Essa Sefirá é fundamental para o Judaísmo, que se expressa principalmente pelas leis da Torá.

 

Durante os Dez Dias de Teshuvá, um período de intensa reflexão e arrependimento pelos erros cometidos, a Guevurá desempenha um papel fundamental na autotransformação, incentivando um rigoroso auto exame e um honesto julgamento de nossas ações e nosso  comportamento.

 

Ao mesmo tempo, Guevurá ajuda os indivíduos a desenvolverem a força para controlar seus impulsos e desejos, essencial para uma mudança duradoura e um crescimento espiritual.

 

O sexto dia dos Yamim Noraim é associado à Guevurá, e nele devemos refletir principalmente sobre as áreas de nosso comportamento em que necessitamos mais disciplina.

 

Devemos otimizar nossa força interior para fazer melhores escolhas e estabelecer limites que nos permitam resistir a tentações.

 

O sétimo dia dos Yamim Noraim é ligado a Tiféret que é a terceira Sefirá emocional.

 

Traduzida de várias maneiras: “Beleza”, “Harmonia”, “Misericórdia” e “Compaixão” e posicionada no centro da Árvore da Vida, a Tiféret serve como a força integrativa que harmoniza as energias opostas de Héssed (expansão) e Guevurá (restrição).

 

A Tiféret não é um meio termo entre a Héssed e a Guevurá, como por exemplo fazer metade de uma doação enquanto que a Héssed faria a doação inteira e a Guevurá não doaria nada.

 

A Tiféret é mais do que um simples meio-termo.

 

Essa Sefirá se concentra no que é mais benéfico.

 

Por exemplo, a chuva é essencial para a vida na Terra, mas se chovesse sem parar, (Héssed), o mundo ficaria inundado e destruído.

 

Por outro lado, se nunca chovesse (Guevurá) haveria uma seca e não haveria mais vida na Terra.

 

D’us age com Tiféret quando manda a quantidade ideal de chuva no momento e local adequados.

 

As pessoas agem com Tiféret quando pensam nos outros e agem com compaixão e misericórdia, refletindo uma abordagem equilibrada ao amor e disciplina.

 

Tiféret representa a capacidade de ter empatia, que é definida como beleza pelo fato de se originar da mistura harmoniosa de vários elementos diferentes.

 

Em outras palavras, agimos com Tiféret quando nossas ações não são determinadas por nossos sentimentos, sejam eles Hessed ou Guevurá, mas sim pelo que é melhor para o outro.

 

Espiritualmente, Tiféret representa a aspiração de refletir a harmonia e beleza Divinas em nossos atos e nosso caráter.

 

Essa Sefirá estimula a vida de uma forma que harmonize forças conflitantes dentro de cada um de nós, promovendo o equilíbrio nos relacionamentos.

 

Essa Sefirá nos ensina a levar os outros em conta em nossas decisões, guiando-nos a não agir de forma impensada, com uma bondade irresponsável ou com uma severidade cruel, mas sim com a consideração do que é melhor para o outro.

 

Ao integrar adequadamente a Sefirá de Tiferet em nossa vida, podemos viver em harmonia com as outras pessoas e com D’us.

 

A Tiféret nos estimula a tomar decisões equilibradas, refletindo uma harmoniosa mistura de bondade e disciplina.

 

O oitavo dia dos Yamim Noraim é representado pela Netza’h, traduzida como “Eternidade” ou “Vitória”. Ela é a quarta Sefirá emocional na Árvore da Vida, posicionada do lado direito, abaixo de Héssed.

 

Nétza’h representa ambição, persistência e a vontade de superar obstáculos. Essa Sefirá se manifesta por meio da busca proativa de objetivos e a determinação de atingi-los, mesmo diante de obstáculos.

 

Em nível pessoal, a Nétza’h alimenta o compromisso com nossos objetivos, enquanto espiritualmente inspira perseverança e luta para conseguir realizações espirituais.

 

Juntamente com a Sefirá de Hod, a Nétza’h canaliza as energias das Sefirot superiores para serem aplicadas na prática.

 

As pessoas com um Nétza’h forte possuem uma determinação inabalável, levando suas tarefas a serem completadas independentemente de quanto tempo levar.

 

Dedicam o tempo que for necessário, anos ou até toda uma vida, para realizar um objetivo de grande significado.

 

Por outro lado, na falta de Nétza’h, a determinação enfraquece e os obstáculos se tornam sufocantes.

 

Quem tem um Nétza’h fraco, geralmente acha difícil perseverar, rendendo-se facilmente diante dos desafios.

 

Segundo o Ari a Kadosh, o oitavo dos Dez Dias de Teshuvá está associado com Nétza’h.

 

Essa Sefirá nos motiva para termos objetivos espirituais de longo prazo.

 

A Nétza’h ajuda as pessoas a terem um planejamento e a se comprometerem com o crescimento sustentável, simbolizando a vitória sobre os traços, hábitos e inclinações negativas.

 

A Nétza’h representa o triunfo do “eu superior” sobre o “eu inferior”, dando às pessoas a coragem e a força para fazerem mudanças significativas, por mais difícil que isso seja.

 

A reflexão para esse dia é considerar os objetivos e aspirações de longo prazo, assegurando que sejam saudáveis, nobres e alinhados com a Vontade Divina.

 

Todos nós devemos pensar em como vencer os desafios com uma determinação completa, usando a força de Nétza’h para persistir na busca do crescimento pessoal e espiritual.

 

O nono dia dos Yamim Noraim é representado pela Hod.

 

A Sefirá de Hod, traduzida como “Glória” ou “Esplendor”, é a quinta Sefirá emocional na Árvore da Vida, posicionada do lado esquerdo, diretamente oposta à Netza’h.

 

Hod representa humildade, aceitação, gratidão e foco, a capacidade de canalizar energia de maneira direta e com propósito.

 

Netza’h incorpora ambição, determinação e a vontade de conquistar os objetivos, ao passo que Hod serve como contrapeso, introduzindo humildade e foco.

 

Essa Sefirá assegura que a vitória de Nétza’h seja equilibrada, evitando que se torne caótica ou excessivamente dominante.

 

Ao invés de agir impulsivamente com pura determinação (Netza’h), Hod refina essa energia direcionando-a com intenção e atenção plena.

 

Como Hod é localizada no lado esquerdo da Árvore da Vida, essa Sefirá se alinha com outras Sefirót restritivas, como Biná e Guevurá.

 

Essas Sefirót contrabalançam a natureza expansiva de suas contrapartes à direita, como Ho’hmá, Hessed e Netza’h.

 

Assim como Biná refina e estrutura o fluxo criativo de Ho’hmá e a Guevurá impõe os limites necessários sobre Hessed, Hod atua como uma contenção para canalizar a energia descontrolada de Netza’h.

 

Esta Sefirá pode impulsionar a ambição e a determinação, mas todo o empenho pode se tornar caótico e improdutivo sem o foco de Hod.

 

Enquanto a Sefirá de Nétza’h representa a energia fluída, semelhante à luz amplamente disseminada do Sol, pode-se comparar Hod com um raio de luz, semelhante a um laser.

 

Nétza’h pode impulsionar determinação, mas os esforços podem tornar-se improdutivos sem o foco de Hod.

 

As pessoas que têm Nétza’h e Hod fortes são chamadas de pessoas eficazes.

 

Combinando energia e foco, eles se dedicam a seus objetivos enquanto mantêm uma atenção concentrada.

 

Essa Sefirá ajuda as pessoas a estarem presentes e a manterem a atenção plena. Ao integrar Hod em nossa vida, asseguramos que nossos esforços sejam bem dirigidos e tenham um propósito, levando a um crescimento duradouro em todas as áreas de nossa vida.

 

O décimo dia dos Yamim Noraim é o próprio dia do Yom kipur, ele é a conclusão dos Dez Dias de Teshuvá.

 

Uma das singularidades desse dia é que, como ensinou o Ari a Kadosh, há duas Sefirot associadas a ele: Yessod e Mal’hut.

 

Yessod significa “Alicerce” e se localiza no centro da Árvore da Vida, abaixo de Tiferet.

 

A Sefirá de Yessod é ligada à conexão e a relacionamentos. Como a Tiferet que se concentra em harmonia e equilíbrio, a Yessod enfatiza a importância de formar e manter conexões significativas e saudáveis.

 

Essa Sefirá funciona como o elo que une todas as Sefirot acima, canalizando suas energias em uma única expressão, coesa e unificada.

 

As pessoas que têm um forte Yessod são, em geral, carismáticas e conseguem atrair e se conectar, naturalmente com os demais.

 

A energia da Yessod, no entanto, é mais do que magnetismo, mas é uma energia que constroi e mantém relacionamentos saudáveis e duradouros.

 

Sendo que o Yom Kipur é o dia do ano em que nossa alma está mais próxima a D’us, ele nos oferece a oportunidade mais favorável para fortalecer nossa conexão e nosso relacionamento com o Ele.

 

Podemos denominar Yom Kipur como o dia da Anistia porque ele é o dia no qual damos e buscamos anistia, e estamos totalmente empenhados em reparar e renovar nossos relacionamentos com os nossos semelhantes.

 

Yom Kipur também é profundamente conectado com a Sefirá de Mal’hut, a última Sefirá na Árvore da Vida.

 

Traduzida, geralmente, como “Reinado” ou “Soberania”, Mal’hut representa as manifestações físicas da Vontade Divina, a Sefirá de Keter.

 

Mal’hut transforma conceitos espirituais abstratos em realidade concreta.

 

A Sefirá de Mal’hut também é associada à She’hiná, o aspecto intrínseco de D’us que habita dentro da Criação.

 

Os Dez Dias de Teshuvá, de Rosh Hashaná à Yom Kipur, constituem uma jornada espiritual que começa com o reconhecimento da Vontade Divina (Keter)e culmina com sua manifestação no mundo físico (Mal’hut).

 

Em Rosh Hashaná, nos conectamos com a Sefirá de Keter, que simboliza a Vontade Divina em seu nível mais alto e abstrato.

 

No Yom Kipur, quando predomina a Mal’hut, a Kéter  é trazida para a realidade de cada um de nós.

 

Assim, os Yamim Noraim, os dias mais influentes do ano judaico, constituem um período de fortalecimento espiritual e reparação das Sefirot.

 

Quando Yom Kipur chega, o objetivo é termos internalizado as virtudes de cada Sefirá, para que possamos manifestá-las em nossa vida diária.

 

Em Rosh Hashaná, coroamos D’us e fazemos a declaração de que Ele é o Rei Supremo (Keter), preparando o mundo para o reinado Divino.

 

Yom Kipur é o dia em que colocamos essa declaração na prática, alinhando nossa vida à Vontade de D’us e reconhecendo Seu reinado (Mal’hut) em nossas ações.

 

O caminho pela Árvore da Vida, de Keter a Mal’hut, representa a materialização das ideias espirituais mais elevadas no mundo físico.

 

Ao unir Keter e Mal’hut, atingimo a harmonia criando uma integração entre os mundos espiritual e material.

 

Agora vamos colocar tudo isso na prática, e mesmo se não tivemos tempo para colocar tudo isso na prática desde o primeiro dia de Rosh a Shaná vamos colocar agora, porque antes tarde do que mais tarde 🥰

 

 

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Shaná Tová – o segredo do Mazal

 

 

Shaná Tová uMetuká pessoas maravilhosas❤️🥰🌻

 

 

Hoje, (22/09/2025) ao anoitecer começa Rosh Hashaná, e vamos rezar bastante e com muita alegria❤️🥰🌻

 

 

O Zohar nos conta que de vez em quando vemos um Tzadik sem “Mazal” . O motivo para isso é que Hashem “refina” o Tzadik nesse mundo por meio de sofrimentos para que ele tenha um “gan éden” maior e isso é chamado de “sofrimentos de amor”.

 

Sabemos que a She’hiná (Presença Divina) não paira onde há tristeza mas somente onde há alegria proveniente do lado da pureza, “Alegria de Mitzvá”, como vemos no caso do profeta Elishá que precisou de um músico para alegrá-lo para que a She’hiná pairasse sobre ele e ele pudesse falar a sua profecia.

 

Nesse caso ouvir a música se tornou a Mitzvá de fazer com que a She’hiná pairasse sobre ele por meio da alegria.

 

Aprendemos isso de Yaakov , que por estar triste em achar que Yossef tinha falecido causou à She’hiná deixá-lo , e quando ele se alegrou com a notícia de Yossef estar vivo a She’hiná voltou para ele.

 

Então , pergunta o Zohar , como pode Hashem deixar o Tzadik sofrer se isso causa a ele a falta de alegria.

 

E também , por outro lado, vemos Tzadikim que tudo na vida deles dá certo , eles tem “Mazal”, e se o motivo de ele ter mazal é o fato de ser um Tzadik filho de um Tzadik (o mérito do pai ajuda ele) Yaakov que era filho e neto de Tzadikim , por que sofreu tanto ?

 

O Zohar nos conta sobre um livro da antiguidade chamado “livro dos antepassados”. Esse livro revela que o segredo do Mazal é ligado às Sefirot .

 

Tem vezes que o Mal’hut (Sefirát a Mal’hut) que é o nível de Revelação Divina chamado de She’hiná está com uma falha causada pelas más ações do mundo e não se une a Tiféret para receber dela novas Neshamot (Almas judias) (o Zohar chama o Zeer Anpin de Tiferet) mesmo assim o Mal’hut tem que enviar para o mundo as Neshamot que já recebeu da Tiféret quando estava unida a ela e que ficam no Mal’hut por doze meses.

 

Essas Neshamot que descem para o mundo quando o Mal’hut está em estado de Guevurá e separado da Tiféret vão estar sempre sofrendo nesse mundo .

 

A pobreza e os problemas a perseguem continuamente por toda a sua vida tanto se ele é um Tzadik ou não ele não tem “Mazal “, e o único jeito dele “repor” essa falta crônica de Mazal é investindo na Tefilá sendo que por meio da nossa Tefilá causamos uma união entre a She’hiná e a Tiféret e essa união faz com que a Tiféret que é comparada pelo Zohar ao sol ilumine o Mal’hut que é comparado pelo Zohar à lua que só tem o que recebe do sol .

 

 

A Tiféret repassa um “brilho” de riqueza para a She’hiná, esse “brilho” ilumina na raiz da nossa Neshamá e por meio disso a She’hiná inverte o que nos foi decretado de pobreza e sofrimento para riqueza e sucesso em tudo.

 

 

Sendo que o Mazal dessa pessoa não se transforma totalmente por meio da Tefilá mas é “remediado” essa pessoa sempre vai ter que rezar “forte” diariamente toda a sua vida para repor essa “falta” .

 

 

A Neshamá que desce para o mundo quando o Mal’hut está unido com a Tiféret sempre vai ter sucesso em tudo! Família , saúde , dinheiro e tudo o que precisar por causa de uma das Sefirot que fazem parte desse grupo que o Zohar chama Tiferet, essa Sefirá é chamada de Yessod que é apelidado de “Mazal”.

 

 

Ela que repassa fartura e prosperidade quando o Mal’hut está unido com esse conjunto chamado Tiféret , toda a felicidade, riqueza e tudo de bom está ligado à Sefirat Haissod que é o Mazal.

 

 

A falta dessa ligação causa uma falta de “Mazal” em tudo, e sobre isso estudamos que :- Filhos, saúde e dinheiro não dependem das nossas ações mas dependem do Mazal.

 

 

Sendo que a falha na She’hiná (Mal’hut) causou isso para esses Tzadikim , Hashem está sempre unido à eles , não deixa eles nem por um momento e sofre com os sofrimentos deles.

 

 

Isso é o que está escrito : “Hashem está próximo dos que tem o coração quebrado” , porque eles sofreram junto com Hashem a falha da She’hiná causada pelas más ações desse mundo.

 

 

Sendo que o Mal’hut é comparado a lua e esses Tzadikim sofrem por causa dessa falha , quando a falha da lua (Mal’hut ) for consertada e a luz da lua ficar como a luz dos sete dias da criação (extremamente maior que a luz da lua) esses Tzadikim também usufruirão desse nível de revelação que é extremamente maior do que os outros níveis .

 

 

Essa falta de Mazal não precisa ser aplicada ao extremo, por isso o Zohar coloca o Rabi Shimon Bar Yo’hái também nessa classificação como Yaakov, sendo que Rabi Shimon teve que fugir dos romanos por treze anos.

 

 

O próprio exílio de quatrocentos anos que foi decretado no pacto com Avraham Avinu começou com o nascimento de Itzhak e as mudanças de lugar que eles fizeram foi considerada como exílio e poderia ter passado assim por quatrocentos anos.

 

 

O Zohar nos conta que se não fosse o ódio dos irmãos por Yossef que causou um agravamento total no exílio, as mudanças de lugar já seriam consideradas o nosso exílio e não precisaríamos sofrer no Egito.

 

 

Em nosso exílio atual que foi causado por ódio gratuito isso fica mais grave ainda, sendo que sairemos desse exílio por meio de amor gratuito, então o principal trabalho da nossa geração é despertar o amor ao próximo e ajudarmos uns aos outros como é a característica natural do nosso povo de sermos tímidos , bondosos e gostarmos de fazer favores.

 

 

Conclusão :

 

 

A Tefilá e o amor ao próximo podem transformar o nosso Mazal é até uma viagem de férias pode ser considerada um exílio !

 

 

Hashem é a essência do bem e a natureza de quem é bom é fazer o bem , e por isso , mesmo que o nosso Mazal não é dos bons, não temos com o que nos preocupar.

 

 

Acrescentando em Tefilá e boas ações qualquer decreto pode ser substituído por meios que só Hashem sabe fazer

 

 

Ketivá Ve’Hatimá Tová Leshaná Tová UMetuká

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A importância de estar alegre mesmo sem ter um motivo que justifique isso

A importância de estar alegre mesmo sem ter um motivo que justifique isso 

O Zohar nos revela que quando estamos alegres aqui nesse mundo, mesmo com todos os motivos para ficarmos tristes, despertamos lá em cima uma revelação Divina personalizada para nós, e D’us nos dá tudo de bom para continuarmos alegres, mas agora com motivos para isso.

D’us é a essência do bem e a natureza do bem é fazer o bem.

Nos unimos à Hashem em um nível de revelação da Sefirá chamada de Hessed, e nossa alegria aqui embaixo faz com que D’us nos traga outra alegria lá de cima e nos dê milagrosamente todos os motivos materiais para estarmos alegres.

Ou seja, quando estamos alegres aqui em baixo mesmo sem termos absolutamente nenhum motivo para estarmos alegres, mas muito pelo contrário, todos os motivos eram para estarmos tristes, mas mesmo assim continuamos alegres, a revelação Divina em relação a nós também se torna alegria.


E por esse motivo os milagres acontecem invertendo todos os motivos que tínhamos para ficar tristes em motivos para ficarmos alegres.


A vida é como uma corrida de obstáculos e não existe corrida de obstáculos sem obstáculos.


As dificuldades preparam pessoas como nós para destinos extraordinários, e se não fossem elas continuaríamos sendo pessoas comuns.

Se foque no que é importante, capture os bons momentos e não se esqueça que lá em cima tem alguém que te ama incondicionalmente e que está cuidando bem de você!

Acordamos e nos lembramos que D’us é a essência do bem

Agradecemos a D’us por mais um bom dia

Onde estivermos hoje, D’us já está lá antes de nós para nos fazer os milagres do dia.

Só abrir os olhos e ver em cada paisagem a presença Divina em primeiro lugar, fazendo para nós mais uma surpresa e mais uma surpresa! Fazendo para nós milagres pelas costas e às vezes demoramos para saber que esses milagres aconteceram, mas quando descobrimos isso veja que se não fossem esses grandes milagres ocultos talvez até não estaríamos mais aqui.

Então vamos acrescentar na alegria e assim vamos ganhar lá de cima um ano doce e maravilhoso 🍯

ketivá ve’Hatimá Tová Leshaná Tová uMetuká

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data Judaica

Rosh HaShaná nas Sefirót

Os Dez Dias de Teshuvá, dez dias de retorno para Hashem (D’us), também conhecidos como “Yamim Noraim” (“Os Dias Temíveis”) começam no primeiro dia de Rosh Hashaná e terminam no final de Yom Kipur.

 

A Guemará nos conta que durante esses dez dias todas as criaturas são julgadas individual e coletivamente, e o que vai acontecer no próximo ano é determinado para cada um de nós e para o mundo inteiro.

 

Não é coincidência o fato de o período mais definitivo no ano judaico consistir em um período de dez dias.

 

Hashem (D’us) criou o mundo por meio de Dez Frases, e essas Dez Frases  estão sincronizadas com os Dez Mandamentos Divinos que são a raiz das 613 Mitzvót da Torá.

 

Segundo a Kabalá, o número Dez tem destaque na Torá porque Hashem (D’us) cria e mantém o mundo por meio de dez canais, dez categorias de emanação Divina diferentes, chamadas de as “Dez  Sefirot”.

 

Essas emanações Divinas constituem a interface por meio da qual Hashem, o D’us Infinito, se relaciona com Sua Criação finita.

 

Nossos Sábios da Torá oculta ensinam que as Dez Sefirót correspondem às Dez frases com as quais Hashem (D’us) criou o Universo.

 

A conexão entre os Dez Dias de Teshuvá e as Dez Sefirotsão explicadas pelo Ari Zal,  Rabi Yitzhak Luria Ashkenazi.

 

As Dez Sefirot são divididas em duas categorias: Três Sefirot intelectuais e sete Sefirot emocionais.

 

As três Sefirot intelectuais são Ho’hmá (Sabedoria), Biná (Entendimento) e Da’at (Conscientização).

 

As sete Sefirót emocionais são:

 

Hessed (Bondade), Guevurá (Força), Tiferet (Harmonia), Netza’h (Vitória), Hod (Esplendor), Yessod (Fundamento) e Mal’hut (Soberania).

 

Há uma 11ª Sefirá, chamada de Keter (Coroa), que fica acima das outras dez.

 

Diz o Sefer Yetzirá que as Dez Sefirot são sempre 10 e não 11, porque sempre que a Keter se revela a Daat se oculta.

 

Arizal nos ensina que os Dez Dias de Teshuvá são associados com todas as 11 Sefirot, inclusive Keter e Da’at.

 

Cada um dos Dez Dias de Teshuvá é associado com uma Sefirá diferente, começando com Keter.

 

O Yom Kipur é associado com as duas últimas SefirotYessod Mal’hut juntas, e aí elas voltam a ser dez.

 

Rosh Hashaná – 1º Dia – Keter

 

Na Árvore da Vida que representa o conjunto das Dez Sefirót, a Keter  é a primeira Sefirá.

 

Keter representa a Vontade de Hashem (D’us), incorporando Seu desejo de criar o universo.

 

Keter é a “intermediária” entre o Infinito (Ein Sof) e o finito.

 

Representa o ponto de transição onde o potencial ilimitado de Hashem (D’us) começa a tomar forma.

 

Sefirá de Keter está acima da compreensão humana e é simbolizada por uma coroa que está no corpo mas acima dele.

 

Ou seja, mesmo tempo que ela está conectada ao corpo que é representado pelas Dez Sefirót, ela está acima dele e não faz parte dele.

 

Quando entendemos o vínculo da Keter  com Árvore da Vida quite é o conjunto das Dez Sefirót, entendemos também o que nos explicou o Ari Zal que a Kéter é a Sefirá predominante no 1º dia de Rosh Hashaná.

 

A Keter representa a Vontade Divina e o potencial para novos começos, e esse é o significado de Rosh Hashaná (literalmente, “a cabeça do ano”) o início do ano judaico.

 

Cada Rosh Hashaná reproduz o ato original da Criação Divina: ano após ano, nessa data, Hashem (D’us) decide se renovará o mundo para um novo ano de existência.

 

Por isso o primeiro dia de Rosh Hashaná é profundamente conectado com a Sefirá de Keter, simbolizando a Vontade Divina de que o mundo exista.

 

Em Rosh Hashaná, a nossa missão é a de reafirmar a soberania Divina coroando Hashem como Rei. Confirmamos Sua autoridade suprema e Sua atuação por trás dos bastidores criando novamente a cada instante todo o Universo.

 

Fazendo isso nos asseguramos que Hashem renove Seu compromisso com a Criação para mais um ano.

 

O potencial para o ano inteiro está contido em Rosh Hashaná, particularmente em seu primeiro dia, fazendo com que seja o dia mais influente do ano, com o poder de influenciar todos os demais.

 

Outra clara conexão entre a Sefirá de Keter e Rosh Hashaná se encontra no principal mandamento dessa data: ouvir os sons do Shofar, que simbolizam a coroação de Hashem como Rei e nossa aceitação de Sua soberania, que é o tema principal nas rezas de Rosh Hashaná, nosso reconhecimento de que Hashem é o Rei do Universo.

 

Sefirá de Keter  vem antes de todas as Sefirot, porque ela representa à vontade, o desejo e o mais alto nível de consciência, servindo como base para as demais.

 

Por isso, nossos desejos que são as manifestações da Keter da nossa Alma dão origem a nossos pensamentos e emoções, que se tornam palavras e atos.

 

Assim sendo, o primeiro dia de Rosh Hashaná é um momento para reflexão sobre nossa vida e nossos planos para o ano que se inicia.

 

É o dia mais adequado do ano para decidirmos que queremos nos tornar pessoas melhores e transformar o nosso mundo em um mundo melhor.

 

Em Rosh Hashaná, utilizar a Sefirá de Keter de forma adequada significa alinhar-nos com a Vontade Divina e planejar objetivos que contribuam para a contínua renovação e melhora de nós mesmos e do mundo inteiro.

 

 

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Mensagem da Parashá

Nitzavim – Rosh Hashaná

Nossa Parashá essa semana é Parashat Nitzavim

 

 Ela sempre é lida no Shabat antes de Rosh Hashaná.

 

O motivo é porque o Shabat envolve espiritualmente os dias posteriores e Rosh Hashaná é o dia do julgamento no qual todas as Neshamot (nossas Almas Divinas) se apresentam na frente de Hashem.

 

Tanto os presidentes das tribos (que representam as pessoas mais importantes) quanto o lenhador e o aguadeiro, (que representam as pessoas menos importantes) são julgados juntos com total igualdade sendo que somos comparados à um corpo onde cabeça e pés se completam , nenhuma parte pode faltar e cada uma é julgada de acordo com a sua função.

 

O dia de Rosh Hashaná foi escolhido por D’us para ser o aniversário da criação do mundo .

 

O mundo foi criado em seis dias e cada um deles é o dia da criação do mundo, mas o sexto dia que é o dia no qual o homem foi criado, foi escolhido para ser o aniversário do mundo, porque o ser humano é o objetivo da criação.

 

Porque então D’us falou para os anjos façamos o homem? O Midrash diz que foi para nos ensinar a importância da humildade.

 

Se até D’us quando fez o homem compartilhou essa informação com os anjos porque eles teriam ligação com essa nova criatura, quanto mais nós devemos nos comportar com humildade.

 

Um dos vínculos que encontramos entre nós e os anjos é o chamado “Tribunal Divino”.

 

Ele é composto de anjos e Neshamot de Tzadikim. Quando fazemos uma coisa boa criamos naquele tribunal um anjo à nosso favor, quando fazemos algo ruim criamos um anjo contra nós, consequentemente o Tribunal Divino de cada um de nós é personalizado.

 

Diferente das outras “religiões” onde a divindade faz o que quer, no judaísmo antes de D’us nos criar ele já tinha criado o tribunal Divino que fiscaliza nossas ações usando a Torá como referencial, e por mais que D-us seja a essência do bem ele não pode ser tirano com esse tribunal e obrigá-los a mudar um decreto à nosso favor.

 

Rezando por nós próprios

 

Sendo assim , como conseguimos por meio das nossas rezas anular os decretos do tribunal Divino?

 

Rabi Yossef Albo que viveu na Espanha no ano de 1400 nos explica que quando nos arrependemos do que fizemos e rezamos, nos tornamos pessoas melhores e aquele decreto que tinha sido feito para uma pessoa pior perde o efeito porque essa pessoa pior deixou de existir, e para a pessoa melhor que você ficou agora é feito um decreto melhor .

 

Rezando por outras pessoas

 

O Baal Shem Tov tinha um mestre que descia do céu para ensinar a ele Torá. Esse mestre era o profeta Ahia Hashiloni que viveu na época do Rei Salomão e foi posteriormente o mestre de Eliahu Hanavi.

 

Disse o Baal Shem Tov que o profeta Ahia revelou para ele que a Sefirá chamada de Mal’hut é chamada de din (decreto rígido) e a raíz dos dinim é a sefira chamada de Bina.

 

Por meio da reza elevamos o “din” até a biná e lá adoçamos ele, ou seja, transformamos ele em bondade.

 

Quando rezamos por outra pessoa ligamos ela a raíz, à Biná, e lá ela já é outra pessoa.

 

Então vamos aproveitar e rezar bastante para que nós e todos tenhamos um ano bom e doce e Mashiach chegue já!!!

 

 

Rabino Gloiber

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data Judaica

Por que precisamos de um Milagre tão grande para pagarmos as nossas contas no fim do mês?

 

O Rav Berel Volf Kazevnikov de Yekatrineslav costumava perguntar:

 

Por que é tão difícil para um judeu ter parnassá?

 

Ou seja, porque o aspecto financeiro da nossa vida é sempre tão difícil?

 

A Guemará nos conta que o milagre que tem que Hashem tem que fazer para que cada um de nós tenhamos com o que viver é tão difícil quanto o milagre da abertura do Mar Vermelho!

 

Mas a Guemará também diz que tudo o que precisamos durante todo o ano já é decretado em Rosh Hashaná.

 

Se já está decretado que vamos receber  por que é tão difícil de recebermos a ponto de precisarmos de um milagre nível abertura do mar vermelho?

 

E ele respondeu:

 

Quando os oceanos e os mares foram estabelecidos no terceiro dia da criação, o Criador fez uma estipulação com o anjo designado sobre eles:

 

Que quando os Filhos de Israel chegassem ao Mar Vermelho, ele separaria suas águas.

 

Mas quando os Filhos de Israel finalmente chegaram, o Mar Vermelho inicialmente esse anjo se recusou a abrir o mar.

 

D’us perguntou ao anjo nomeado: “Por que o mar não está se dividindo?”

 

O anjo respondeu: “Vai se partir. Assim que os Filhos de Israel chegarem lá, ele se dividirá. ”

 

Veja, o anjo tinha visto todas as Almas judias enquanto elas estavam no céu.

 

Mas agora, essas eram as Almas judias depois que desceram a este mundo e suportaram a opressão e a humilhação do exílio e da escravidão.

 

Então D’us teve que explicar ao anjo que essas eram as mesmas Almas.

 

Mas explicar a um anjo o que o exílio e a opressão podem fazer a uma Alma é muito difícil.

 

Da mesma forma, quando somos julgados em Rosh HaShaná, todos os anjos designados para a distribuição das Bênçãos divinas e abundância são instruídos a “encher o nosso prato”  todos os dias do ano.

 

Mas quando chega a hora de essas Bênçãos fluírem, os anjos afirmam que a pessoa que viram em Rosh Hashaná não se encontra em nenhum lugar.

 

E então D’us tem que explicar àqueles anjos que você  é o mesmo que eles viram de pé na sinagoga quando o Shofar foi tocado no dia sagrado de Rosh HaShaná.

 

Acontece que você teve que sair para o mundo e trabalhar para viver.

 

E isso é algo muito difícil: explicar a um anjo o que trabalhar para viver em um mundo físico pode fazer a uma Alma divina.

 

Temos que viver em dois mundos ao mesmo tempo, e conectar esses dois mundos.

 

Esse é o nosso trabalho neste mundo:

 

Nos agarrar firmemente a essa essência de nossa Alma em sua origem e trazê-la para baixo para refinar todas as atividades humanas que os fazemos durante todo o ano. Para tornar todas as coisas sagradas.

 

E por isso que é tão vital que durante os Dez Dias de Teshuvá, de Rosh Hashaná a Yom Kipur, trazer toda a nossa inspiração para os detalhes práticos da nossa vida judaica, que aparentemente são pequenos detalhes.

 

Como por exemplo, colocar uma Mezuzá kasher em uma porta de sua casa que ainda está faltando.  Colocar uma caixinha de Tzedaká em seu local de trabalho. Falar uma bênção em voz alta antes de comer.

 

Aparentemente são pequenas coisas, fáceis de cair pela porta quando você sai daqueles dias de reza e volta para o trabalho nesse mundo.

 

Mas quando você se lembra de fazer essas pequenas coisas você está nomeando Hashem (D’us) como o Rei do universo

 

Elas são a assinatura Divina na criação do mundo que também é o tema de todo este universo, o objetivo pelo qual foi criado.

 

 

Ketivá Ve’hatimá Tová Leshaná Tová uMetuká

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você